67% dos jovens portugueses utilizam a Internet sem qualquer supervisão dos pais
Estudo europeu salienta novos riscos para adolescentes num mundo de redes sociais
Principais conclusões para Portugal:
• Mais de metade (67%) dos adolescentes utiliza a Internet sem qualquer forma de supervisão por parte dos pais;
• Apenas 7% dos adolescentes passam o seu tempo na Internet em sites de redes sociais, enquanto que 26% recorrem a serviços de mensagens instantâneas;
• Mais de dois terços (73%) dos adolescentes consideram estar cientes dos riscos associados ao uso da Internet;
• No entanto, 41% dos adolescentes consideram que os jovens não respeitam a privacidade online uns dos outros
• Mais de metade (62%) dos adolescentes usa regularmente definições de privacidade para restringir o acesso a informações pessoais
• Quase metade (46%) pensa que a Internet facilita o “bullying” (intimidação online)
• A maioria (87%) dos jovens inquiridos nunca foi vítima de “bullying” por um grupo ou indivíduo
• 32% dos inquiridos afirma passar mais e 15 horas por semana na Internet
Porto Salvo, 10 de Fevereiro 2009 – Mais de metade dos adolescentes portugueses (67%) utiliza a Internet sem qualquer supervisão por parte dos pais. Esta é a conclusão de um estudo recente realizado pela Microsoft, a nível europeu, e onde participaram 2787 jovens portugueses, com idades compreendidas entre os 14 e os 18 anos, a partir do portal MSN.
O estudo que analisa a importância das redes sociais nos hábitos e atitudes dos adolescentes europeus, foi divulgado hoje no âmbito do programa Dia Europeu da Segurança na Internet com o objectivo de alertar os jovens, pais e professores para uma utilização segura da Internet.
Nuno Duarte, Director Geral da Microsoft em Portugal afirmou, , “a geração web actual vive cada vez mais na área digital. O aparecimento dos meios sociais contribuiu para que os jovens se tornassem utilizadores sofisticados da Web, mas continuam a precisar de ajuda e orientação para fazer face a problemas emergentes, tais como o “bullying” online. Ainda assim os jovens portugueses estão muito bem informados sobre os riscos associados ao uso da internet”.
A vasta maioria dos adolescentes portugueses (73%) afirma estar ciente do ‘perigo de estranhos’ na Internet e como se proteger, mas o número crescente de vítimas de ”bullying” online sugere ainda um longo caminho a percorrer.
Os adolescentes nos países nórdicos, em particular, estão a sofrer nas mãos de utilizadores mais perigosos na Internet. Exactamente metade dos inquiridos na Noruega foi vítima de “bullying” por um grupo ou indivíduo, tal como 45% na Dinamarca, quase um quinto (18%) sendo vítimas frequentes. Em perfeito contraste, 90% dos adolescentes italianos e 87% dos jovens espanhóis e portugueses afirmam nunca ter sido vítima de problemas desta natureza online.
“Estes resultados são interessantes, atendendo ao relatório recente da Comissão Europeia que analisa os pais e as suas atitudes relativamente à Internet. As conclusões deste estudo apontam no sentido de os pais na região nórdica serem os que menos se preocupam com a intimidação dos seus filhos online, enquanto os do mediterrâneo são os que mais se preocupam. Estas conclusões sugerem uma divergência entre a preocupação dos pais e as experiências dos seus filhos e sublinha a importância da educação sobre a segurança online para todos”, acrescenta Nuno Duarte.
Educação é primordial
Para Nuno Duarte, “na qualidade de principal fornecedor de serviços de meios sociais, tais como o Windows Live e a Xbox, a Microsoft considera ser importante educar as crianças e os jovens sobre como se divertir de forma responsável e segura na Web”.
A Acção Nacional de Sensibilização pela Segurança na Internet levou funcionários Microsoft qualificados às escolas de toda a Europa para ajudar as crianças e os jovens a dominar a Internet e promover um mundo de meios sociais mais seguro. Esta iniciativa envolve 23 países europeus e 800 funcionários que irão formar mais de 50 000 jovens, pais e professores. Em Portugal, a Microsoft reuniu 46 colaboradores voluntários que, em parceria com a Associação de Empresários pela Inclusão Social e diversas autarquias locais, vão chegar a 35 escolas do ensino básico e secundário e deverão formar cerca de 2800 alunos.
Acesso a todas as áreas
Adolescentes europeus relatam poucas restrições à utilização da Internet, com 51% dos adolescentes a surfar na Web sem qualquer supervisão parental. Os pais na Noruega (28%) e Espanha (21%) gostam de vigiar a utilização da Internet, enquanto que os pais em Portugal (67%) e no Reino Unido (66%) são os menos restritivos.
Quase um quarto (22%) dos adolescentes europeus continua a não utilizar definições de privacidade para restringir o acesso geral às suas informações pessoais, enquanto que 27% apenas as usa ocasionalmente. Os adolescentes espanhóis (45%) são os mais permissivos em termos de partilha das suas informações pessoais, enquanto que a maioria dos adolescentes portugueses (62%) e dinamarqueses (59%) é mais cuidadosa no bloqueio do acesso aos seus dados pessoais por parte de estranhos. Na Suíça e na Finlândia, 46% publicam regularmente fotografias pessoais online.
Invasão da Privacidade Online
Contudo, no que se refere à publicação de fotografias de amigos, os adolescentes na Finlândia são os mais respeitadores da Europa, sendo que 69% dos jovens adultos na região afirmam pedir autorização antes de o fazer. No entanto, um terço dos adolescentes irlandeses e espanhóis afirma fazê-lo sem confirmar previamente. Globalmente, 38% dos adolescentes consideram que os jovens não respeitam a privacidade online uns dos outros. Entre os jovens portugueses, 43% afirma pedir autorização aos amigos antes de colocar as fotografias dos amigos online.
Ajuda de confiança
Na eventualidade de uma ameaça online, 38% dos adolescentes afirmaram que recorreriam, em primeiro lugar, aos pais para obter ajuda; ocupando os amigos (30%) um segundo lugar muito próximo. Decididamente um assunto familiar, mais de metade (51%) dos jovens espanhóis recorreria aos pais, enquanto que dois quintos (41%) dos adolescentes irlandeses afirmam recorrer aos amigos em primeiro lugar. Em Portugal, 40% dos jovens inquiridos recorreria aos pais para obter ajudar, caso verificassem alguma ameaça online.
Todos estes dados registam uma melhoria assinalável relativamente aos resultados de um estudo realizado em 2007 no qual 69% dos adolescentes recebiam regularmente mensagens pessoais online de estranhos e a maioria não o comunicava a um adulto de confiança.